sábado, 5 de setembro de 2015

São Miguel, Açores

CORES, FLORES, AMORES... É tudo isto e muito mais, os Açores



Venho descrever esta viagem à ilha de São Miguel, para que possam conhecer um bocadinho daquela ilha mágica e guardarem algumas dicas para quando pensarem ir lá.
Vale muito muito a pena. O nosso país tem destas riquezas, que acredito, haver poucos locais no mundo iguais.

Nesta viagem, tivemos a sorte de ser recebidos por um casal amigo que, além de nos dar alojamento, nos orientou em todo o percurso. Agora, apertem os cintos e embarquem nesta viagem :) 


Este é o mapa de São Miguel. Digitalizei este por ter, precisamente os pontos mais importantes a visitar.
Numa semana, não vi tudo (sendo que o primeiro e o último dia foram praticamente só para as viagens).
Nós optámos por alugar carro para 3 dias (quarta, quinta e sexta), uma vez que o fim-de-semana iríamos passar com os nossos amigos e poderíamos passear com eles. 
Para mim valeu bastante a pena, pela liberdade de trajetos, horários e possíveis mudanças de planos, como chegou a acontecer. Aconselho que o façam também, pois as estradas são boas, não há portagens, não há trânsito e permite-vos explorar muito mais do que viajar em excursões. 

No entanto e ainda assim, acredito que possam ver e fazer mais coisas que eu, uma vez que por estar grávida de 6 meses (na altura), fiquei um pouco mais limitada pelo cansaço e por certos caminhos menos adequados que teria de ter feito.

No 1º dia fomos para Oeste em direção a Sete Cidade. Pelo caminho parámos em todos os miradouros para ver e tirar fotografias. Há muitos e se tiverem tempo, vale a pena conhecer todos. Também parámos em Lagoas "menos conhecidas" como a Lagoa de Santiago e claro, fomos à principal que é composta pela Lagoa verde e Lagoa azul. É um local de extrema beleza natural, por isso carreguem as baterias das máquinas fotográficas e telemóveis. 


Foto tirada no cimo das Sete Cidades (perto do Hotel abandonado - pouco aconselhável a entrada...)



E as folhas com gotinhas de água, derivado à intensa humidade, pois não estava a chover.


Uma boa opção para "quem não esteja grávido" é fazer os vários trilhos que a ilha tem a pé.




A lagoa azul vista de baixo. Atenção estas lagoas não são aconselhadas para banhos!



Outra perspectiva das lagoas. Vistas de um ponto diferente.

Depois de saltitarmos de Lagoa em Lagoa e de miradouro em miradouro fomos em direção aos Mosteiros, onde acabámos por almoçar. Almoçámos num restaurante chamado "Brisa do Mar" e comemos "Polvo guisado" (um dos pratos mais tradicionais nos Açores) e Espetada de Lulas.

Após a refeição fomos então conhecer Mosteiros, local muito interessante pelas suas piscinas naturais e praias de areia escura. 
Não tive oportunidade de molhar os pézinhos nas piscinas naturais porque, para além de não ter conseguido tirar os chinelos devido à quantidade generosa de pedrinhas, pedras e pedragulhos, ainda fomos rececionados num dia de "águas vivas" como dizem os açoreanos, mas aqui para os alfacinhas, alforrecas.
Na praia, já mais confortável ainda passámos um horinha que foi mais do que suficiente para sermos brindados com um generoso escaldão (com protetor 50...)


Piscina natural em Mosteiros


Praia em Ginetes
 Praia em Ginetes

De regresso fomos pela Estrada Principal, apreciando a paisagem e parando em todos os pontos que nos pareceram interessantes


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No segundo dia fomos para Norte, isto é, Ribeira Grande. De manhã passeámos por aquela localidade, muito engraçada e bem arranjada e depois era suposto almoçarmos no bar "Tu cá tu lá", irmos à Caldeira Velha, e ao ponto mais alto ver a Lagoa do Fogo. 
 Ribeira Grande

Mas como eu disse, era suposto. A estrada do restaurante estava fechada, a caminho do miradouro para a Lagoa do Fogo apanhámos um nevoeiro que não dava para ver mais que um palmo à frente e os Açores têm destas coisas... por isso, em vez de nos banharmos nas águas quentes da Caldeira, fomos banhados com aguínha fresca e abundante diretamente das nuvens para nós! A nossa sorte foi o nosso amigo nativo da ilha, que rapidamente nos arranjou uma alternativa menos triste que ficarmos dentro do carro a ver a chuva a cair, ou enfiarmo-nos num centro comercial para ver o tempo passar.
Assim, almoçámos e muito tranquilamente no "Restaurante das Caldeiras", onde degustámos "assaduras" (típico) e Bacalhau à Calde ira (com batata doce, inhame e migas), o meu prato foi o bacalhau e ainda hoje salivo de me lembrar dele. Acho que nunca comi um bacalhau tão bom e adorei o ínhame que nunca tinha provado. Estava tudo ma-ra-vi-lho-so!!
No mesmo local do restaurante, Caldeiras, vimos as Caldeiras e entrámos num local onde as pessoas podem tomar banhos com aquela água que está carregadinha de enxofre. Os mais sensíveis que preparem os narizes! 

Local de banhos

Caldeira - com água a ferver!

Depois e por sugestão do nosso amigo, fomos à fábrica e museu do Chá Gorreana. Não se paga a entrada e ainda podem degustar o chá que ali é totalmente produzido. Nós não sabíamos, mas as senhoras estão lá a trabalhar numa sala, onde todos podem ver e "é suposto" dar-lhes uma gorjeta. Como não sabíamos dessa tradição, apenas acenámos e sorrimos. Depois é possível que as orelhas quentes com que de lá saímos tenham tido alguma razão...

Na saída da fábrica, ainda a chover mas sem nevoeiro (ou menos intenso), fomos até à Ponta e Lagoa de S. Brás.

Vista de cima, Ponta de São Brás

Assim se passou um dia de chuva, em boa companhia e com atividades!


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No 3º dia fomos para sul. O destino foi Vila Franca do Campo, mas com paragens em Água de Pau, Ponta da Galera, Caloura e Água de Alto. E claro, nos miradouros que íamos avistando pelo caminho.



Em Água de Pau fomos à praia (também de areia escura) mas mais uma vez não nos pudemos banhar devido às águas vivas. Na Ponta da Galera fomos à piscina natural (eu levei os chinelos para dentro de água). E em Caloura almoçámos no "Caloura Restaurante" onde comemos "Bicuda" e "Peixe porco", se gostam de peixes como dourada e cherne, então aconselho vivamente a bicuda. O peixe porco faz lembrar o peixe-espada mas também é muito bom.
Ainda em Caloura, banhámo-nos na sua piscina natural, muito engraçada porque para além da natural tem ao lado uma artificial.

Parámos ainda em Água de Alto, a correr, só para vermos uma pequena cascata cuja água ia diretamente para o mar (na praia), esta já com areia branca.

Em Vila Franca do Campo, tirámos fotos nos vários pontos donde era possível ver o Ilhéu de Vila Franca e seguimos para a Igreja de Nossa Senhora da Paz. Preparem-se pois a escadaria é farta! Mas vale a pena! Porque chegados ao topo, avistam uma paisagem lindíssima e quase que se sentem uns "natos" de São Miguel por conseguirem avistar e identificar os vários locais da ilha! Tivemos que apressar um pouco o trajeto neste dia porque tínhamos que entregar o carro alugado a tempo e horas. Por isso, caso utilizem estas informações para uma futura viagem, guardem este percurso para um dia em que possam estar "à vontade com as horas". Porque gostaria de ter por exemplo, usufruído mais tempo na piscina de Caloura ou na praia de Água de Alto.

 Praia em Água de Pau
 Piscina Natural em Galera


 Piscinas natural e artificial, vista do local e vista de cima

Cascata na praia de Água de Alto 

 Em Vila Franca do Campo, vista para o Ilhéu


Igreja de Nossa Senhora da Paz e vista lá de cima

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Como já tinha acima referenciado, o 4º dia e 5º dia que correspondeu ao fim-de-semana passámos com os nossos amigos, que foi sem dúvida uma mais valia em todos os aspetos!



O nosso 4º dia foi em direção a Vila Franca do Campo, mas, desta vez com propósito de irmos ao Ilhéu. A viagem faz-se de barco e custa 5€. O Ilhéu não tem nada a não ser uma espécie de lago formado por rochedo quase em forma circular perfeita e uma abertura por onde entra a água do mar. Assim, aconselho a levarem farnel e água ou caso tenham fome e sede a vossa permanência lá acaba por ser encurtada.


Viagem de barco para o Ilhéu

O Ilhéu - estava vazio e maré baixa quando chegámos mas quando saímos já estava cheio e maré cheia

Depois de sairmos do Ilhéu fomos em direção à Lagoa do Fogo que fica quase a meio da ilha de São Miguel, aliás, quando lá forem podem constatar que em determinados miradouros vocês vêm mar de ambos os lados. Além de ser paragem obrigatória vocês podem ir até a esta lagoa por um trilho a pé. Eu pelos motivos que já mencionei não fui, mas segundo consta é um passeio interessante para se fazer com o calçado adequado. 
Depois, descemos e fomos para a Caldeira Velha. A entrada são 2€ mas tem boas condições lá dentro. W.C's e duches. A caldeira velha é nada mais nada menos do que poças com água quente, cor de barro e cheirinho a enxofre! Vale a pena vir a este sítio e aproveitar para relaxar! 
Lagoa do Fogo - paragem obrigatória!

Caldeira velha 

Por fim, fomos até à Ribeira Grande lanchar no bar "Tu cá tu lá" e assim fizemos aquilo que tínhamos programado para o segundo dia!

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Domingo foi dia de irmos para as Furnas! Lá, vimos a Lagoa das Furnas e as Furnas propriamente ditas. Como fomos com os nosso amigos, eles reservaram o cozido a um dos restaurantes. Vocês ligam para um dos restaurantes das furnas e reservam um cozido para X pessoas às X horas. Eles colocam o vosso cozido lá (penso que 6 horas antes de estar pronto) e o mais engraçado é que até identificam com uma tabuleta com o nome do restaurante.


Mas antes de irmos almoçar, fomos à Poça da D. Beija, semelhante à Caldeira Velha, mas ainda assim diferente e portanto bastante recomendável! Tem o custo de 3€ e se no fim quiserem tomar um banho de "água limpa" pagam 1€.



E finalmente fomos ao restaurante prova o típico cozido das furnas que na minha opinião deixa o nosso a um canto. O sabor das carnes cozidas nas furnas e a substituição da batata tradicional pela batata doce, para mim faz toda a diferença (dito por mim, que nem aprecio cozido).
Nós comemos no "Restaurante Tony's", o custo do cozido é de 12,50€ por pessoa, mas com as entradas, bebidas, sobremesas e cafés ficou em cerca de 16€. Garanto-vos que não foi caro atendendo à quantidade de bebidas que entraram na mesa!.



Nós não fomos, mas vocês podem aproveitar esta viagem para ir ao "Lava-pés"(gratuito) e à piscina "Terra Nostra" (5€).

Fomos antes dar uma volta pelas Furnas, onde vimos vários sacos de massarocas serem cozidos nos locais donde provém "fumo" e provámos ainda de fontes naturais, águas gaseificadas, cada qual com seu gosto.
De regresso a casa, fizemos ainda uma paragem numa estufa de ananás! 

Massarocas a serem cozidas

Uma das fontes de água com gás

Plantação de ananás

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Acerca do último dia, é o que vou falar menos. Reservámo-lo para conhecer Ponta Delgada, afinal é a capital! Ainda assim, da minha opinião posso garantir-vos que dentro de tudo o que vi e de qualquer um dos dias (mesmo aquele em que estava a chover) que foi o menos interessante. Não sei se pelo cansaço ou pouca vontade para explorar, achei uma cidade como qualquer outra. Bonita, mas incomparável em relação a tudo o resto na ilha.
Fomos ao mercado, a lojas de souvenirs e à doca que para além de várias esplanadas tem também praia.
Tem algumas igrejas e edifícios bonitos que provavelmente até têm alguma história. Foi um dia calminho e de despedida à bela ilha.
Ficou por ver o Nordeste, mas claro que não deu para tudo. Fica para uma próxima!






DICAS:
- Provem o Pão Lêvedo (faz lembrar o Bolo do caco mas é diferente);
- Provem todos os peixes que não conhecem como a Bicuda e o Peixe Porco (depois será difícil voltarem a provar);
- Provem a batata doce e o ínhame cozinhado pelos açorianos;
- Provem o cozido das furnas;
- Provem a massaroca cozida nas furnas;
- Bebam Kima (refrigerante de maracujá produzido nos Açores);
- Provem queijo de São Jorge e de São Miguel;
- A ilha tem poucos transportes públicos;
- A ilha não tem auto-estradas nem portagens;
- Comer fora (no restaurante) é mais barato do que cá (Lisboa);
- O tabaco é mais barato do que cá no continente (podem trazer no máximo 4 volumes por pessoa e convém trazerem fatura);
- Tragam ananás (é divinal);
- Levem fatos-de-banho velhos para a caldeira velha, poça de D. Beija e outros locais que possam ter enxofre. E não levem brincos, anéis ou pulseiras, mesmo que sejam em prata ou ouro;
- Levem toalhas de praia (de preferência velhas ou de cores escuras) para todos os locais onde pensam banharem-se;
- Comprem souvenirs em todas as terras por onde passarem, pois garantidamente são mais em conta do que em Ponta Delgada. Comprem produtos alimentares como queijo, vinhos, ananás, ínhame ou batata doce no Mercado em Ponta Delgada ou em mercearias noutras zonas;
- Levem ténis e chinelos e se puderem andem sempre com os dois (isto é, uns nos pés, outros guardados);
- Sol e Mar é uma cadeia de super mercados que vende produtos Pingo Doce;
- Casa Cheia é uma cadeia alimentar que vende produtos Dia;
- Continente estranhamente tem o mesmo nome;
- MUITO IMPORTANTE: O tempo nos Açores "é como os da Vila Minhã, o que diz hoje não diz amanhã!" E assim sendo, recomendo, nos vossos planos de viagem terem momentos do dia reservados para possíveis chuvadas e até pelo menos um dia inteiro de planos para chuvadas! Está visto que o melhor é ao ar livre, mas a entrada em igrejas, mercados, ou possivelmente algumas compras que tenham de fazer podem perfeitamente ser feitas nesses mesmos dias. E, não se fiem no tempo do local onde estão. Pode estar a chover torrencialmente a sul e a fazer um sol imenso a norte. Se tiverem oportunidade consultem o tempo por região.
- Façam dieta quando voltarem! Eheheh!


AGRADECIMENTOS: Aos nosso amigos Emanuel e Raquel pois sem eles não tínhamos visto e aproveitado metade daquilo que vos indico! 

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